ESTADO CONFUSO
Já não sei bem o que digo
Nem muito bem o que quero!
Eu sei que confuso fico
No mundo horroroso, fero
Tudo me faz confusão
Nas correntes da vida;
Tudo me rouba a atenção
E nada me dá guarida
Já, barca no mar perdida
Entre ondas que fortes são;
Já folha do céu caída,
Que os ventos levarão
Roupa ao vento sacudida
Abanada de esticão,
Ou árvore retorcida
Ai! Por forte furacão.
Como casa destelhada
Ao som de forte trovão,
Por violenta rajada,
Assim sinto a confusão!
Sem ideias, sem palavra,
Sem vontade ou decisão,
Tudo na mente me lavra
Temerosa sensação.
Ai! Eu peço ao Deus do céu
Ao Deus da plena razão
Que me livre deste labéu,
Desta grande confusão.
Alandroal, 25-I-1993
MANUEL BOTELHO
Sem comentários:
Enviar um comentário