segunda-feira, 9 de abril de 2012

UM SUSTO

Quando o meu coração me cai aos pés

E quando, das mãos, por certo revés

Os objectos me caiem, subitamente,

Devido a forte grito impertinente;

Quando o sangue, nas veias, se enregela

E o terrível pânico se revela

Devido a má notícia, sem contar,

Esgargalo os olhos...fico a sonhar!

Então, ai! Nuvens escuras me envolvem

Com tempestades que nada resolvem...

Caindo em mim, fico em grande tormento

Muito, muito sofro, nesse momento,

Martirizado com pesado custo!

É isto, um verdadeiro e forte susto

Padre Manuel botelho

TIMIDEZ

Com tanta pancadaria

No curso normal dos anos,

Qualquer um se vingaria

Da forte dor e seus danos

Se luto contra a vingança,

Por ser cristão e católico,

Respondo já, sem tardança,

Com amor puro e bucólico

Mas fica na minha mente

Um conflito duro e rígido,

Já feroz, já eloquente:

Peso já forte, já lívido,

Que me torna, tão-somente

Ora ansioso, ora tímido.

MANUEL BOTELHO

ESTADO CONFUSO

Já não sei bem o que digo

Nem muito bem o que quero!

Eu sei que confuso fico

No mundo horroroso, fero

Tudo me faz confusão

Nas correntes da vida;

Tudo me rouba a atenção

E nada me dá guarida

Já, barca no mar perdida

Entre ondas que fortes são;

Já folha do céu caída,

Que os ventos levarão

Roupa ao vento sacudida

Abanada de esticão,

Ou árvore retorcida

Ai! Por forte furacão.

Como casa destelhada

Ao som de forte trovão,

Por violenta rajada,

Assim sinto a confusão!

Sem ideias, sem palavra,

Sem vontade ou decisão,

Tudo na mente me lavra

Temerosa sensação.

Ai! Eu peço ao Deus do céu

Ao Deus da plena razão

Que me livre deste labéu,

Desta grande confusão.

Alandroal, 25-I-1993

MANUEL BOTELHO

ESCOURALENSES MANTENDO A TRADIÇÃO RECORRERAM A NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO PEDINDO CHUVA E LEVARAM-NA EM PROCISSÃO PARA JUNTO DE SÃO BRISSOS.

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Nossa Senhora Respondeu aos seus devotos, dando continuação á tradição com a tão desejada e abençoada chuva.

Conta a lenda da Nossa Srª do Livramento que esta, era esposa de São Brissos, de quem tinha um filho.

Traída pelo esposo com Nossa Senhora das Dores, desgostosa a Srª do Livramento despareceu com seu filho.
Um dia alguém foi buscar água á fonte que se encontrava nos arredores da Aldeia de São Brissos e encontrou na beira da fonte a imagem de Nossa Senhora do Livramento com seu Filho. Ao reconhecer a imagem pegou nela e colocou-a na Igreja junto a São Brissos. Durante esse dia, choveu torrencialmente. No dia seguinte a imagem de Nossa Senhora desaparecera da Igreja e foi encontrada de novo junto á fonte. A chuva desapareceu nascendo um lindo dia de sol. De novo a imagem fora levada para junto de São Brissos e o dia que parecera vir a ser um lindo dia de Verão transformou-se num grande dia de Inverno. O Aparecimento de Nossa Senhora junto á fonte na madrugada seguinte com o dia de sol, repetiu-se tantas vezes que a população chegou á conclusão que a chuva era provocada pelas lágrimas de Nossa Senhora, recusando-se ficar junto de São Brissos.
A população da Aldeia, decidiu construir uma anta em forma de capelinha onde colocou a imagem de Nossa Senhora do Livramento com seu filho junto à fonte onde era encontrada.
A população de São Brissos, Santiago do Escoural e arredores, todos os anos no dia da espiga reunia-se junto á Anta e era celebrada a missa campestre em agradecimento a nossa Senhora, pelas suas colheitas e por tudo o que a Natureza lhes dava. Nossa Senhora do Livramento tornou-se na protetora dos campos e suas sementeiras. Em anos de seca faziam-se procissões levando a Santa para junto de São Brissos separando-a de seu filho. Durante nove dias era certo, que chovia e voltavam a trazer a sua imagem para a Anta onde seu filho a esperava.

Maria Emília Risso