segunda-feira, 9 de abril de 2012

ESTADO CONFUSO

Já não sei bem o que digo

Nem muito bem o que quero!

Eu sei que confuso fico

No mundo horroroso, fero

Tudo me faz confusão

Nas correntes da vida;

Tudo me rouba a atenção

E nada me dá guarida

Já, barca no mar perdida

Entre ondas que fortes são;

Já folha do céu caída,

Que os ventos levarão

Roupa ao vento sacudida

Abanada de esticão,

Ou árvore retorcida

Ai! Por forte furacão.

Como casa destelhada

Ao som de forte trovão,

Por violenta rajada,

Assim sinto a confusão!

Sem ideias, sem palavra,

Sem vontade ou decisão,

Tudo na mente me lavra

Temerosa sensação.

Ai! Eu peço ao Deus do céu

Ao Deus da plena razão

Que me livre deste labéu,

Desta grande confusão.

Alandroal, 25-I-1993

MANUEL BOTELHO

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