quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

DICA SOBRE SAÚDE E ALGO MAIS...

SIDA

Na continuação da dica anterior em que foi abordado as Hepatites, nesta dica o tema é sobre uma doença que apesar da muita informação sobre esta infecção contínua aumentar o número de infectados (Síndrome da Imunidade Adquirida) Tornando-se num grave problema de Saúde Publica a Nível Internacional, em 1992 já estavam infectados cerca de 10 milhões de pessoas. Em Portugal a taxa de novos casos de infectados são os maiores da Europa. Inicialmente pensava-se que só afectava os toxicodependentes e homossexuais mas tal não correspondia á realidade, actualmente é entre os heterossexuais que o número é mais elevado. Abordar este assunto é ainda muito assustador para muita gente, pelo que não surpreende que haja ainda muita descriminação com as pessoas infectadas apesar dos meios de contágio serem divulgados, nos meios na comunicação social e não só… (Segundo a presidente da Abraço apesar do que tem sido feito para combater o estigma ainda não é suficiente...) Ao serem marginalizados os doentes ficam sós, deprimidos e abandonam o tratamento. Passados tantos anos desde o inicio da doença as pessoas esquecem a prevenção. Tornou-se causa de morte de jovens entre os 25 e 35 anos. Como ainda não há vacina só a prevenção é o meio mais eficaz de evitar a transmissão, devendo -se apostar na prevenção junto dos jovens e até nos mais idosos já que o número de casos nesta faixa etária tem aumentado.

A infecção pelo HIV como é do conhecimento geral é uma doença sexualmente transmissível. Diagnosticada por análises ao sangue. As primeiras análises podem dar resultados negativos se o contágio for recente pelo que devem ser repetidas 4 semanas a 3 meses mas pode levar um ano entre a infecção e o desenvolvimento de um anticorpo. Existem 2 tipos de vírus o VIH1 eVIH2 o vírus infecta e multiplica-se dentro dos linfócitosT4. Depois da fase aguda embora os vírus exista no organismo dos seropositivos podem viver muito tempo até anos em que não apresentam sintomas. Numa fase mais evoluída da doença designa-se por Sida e surgem as chamadas infecções oportunistas.

Como foi referido acima só a prevenção pode ajudar. Como? Informando as camadas mais jovens e até as crianças quando estas fazem perguntas sobre o assunto, como a sexualidade está presente na vida das pessoas quanto mais cedo chegar a informação melhor, ter conhecimento não significa começar cedo a ter contacto sexual… aqui os pais e educadores tem um papel activo importante. Fazer lhes entender que o afecto e amor são importantes na vida, mas as relações sexuais tem riscos quando não protegidas...

Como é transmissível?’: Nas relações sexuais sem preservativo, através do sémen, fluidos vaginais. Pelo sangue da pessoa infectada se em contacto com ferida. Evitar a troca de parceiros. Para evitar a propagação da infecção, bem como outras doenças sexualmente transmissíveis.

Através do parto e leite materno se a mãe está infectada (mas em geral a criança pode ficar negativa passado alguns meses).

Partilha de seringas infectadas nas administrações de drogas, utensílios e objectos de uso pessoal não devidamente esterilizados. Pelo que não devem ser partilhados (tal como foi referido nas Hepatites…) Nas transfusões de sangue os riscos são nulos porque são feitas análises a todos os dadores.)

COMO NÃO SE TRANSMITE? Vírus não se transmite pelo ar, nem pela pele se esta não tiver ferida ou corte. Nem pelo beijo, nem pelo abraço aperto de mão. Nem pelos sanitários, louças, roupas, utensílios, alimentos, água, picadas de insectos ou outros animais, ou outro qualquer meio que não envolva sangue ou fluidos, como acima referido, porque o vírus é frágil e não sobrevive muito tempo fora do corpo. O VIH pode encontrar-se na saliva, suor ou lágrimas, mas a quantidade é demasiado pequena para transmitir a infecção.

Então não há que ter receio no contacto social, no trabalho ou no escolar apenas evitar os comportamentos de risco. Porque a pessoa infectada pode levar uma vida normal, ter um relacionamento sexual, afectivo, desde que se proteja a si e ao parceiro. Se possível ter uma boa alimentação, tomar correctamente a medicação prescrita pelo médico. Pelo que estar infectado não significa estar condenado á morte. Hoje graças ao tratamento e terapias é possível viver com o VIH, tal como uma doença crónica (apesar de não haver cura pode viver longos anos…)

Elisa Dantas (enf.)

Escoural e o Cante Alentejano
Datada de cinco séculos de existência, a então aldeia de Santiago de
Escoural, cuja origem provem da palavra “escória “ que significa
minério, foi explorado durante várias décadas, alguns dos minérios mais
preciosos.
Situada a jusante da serra do Monfurado, é a primeira terra da planície
alentejana, janela aberta para a imensidão sul do Alentejo.
As águas das ribeiras correm para o rio Sado, desvendando histórias de
vida por entre os degredos, contando os segredos ao rio e ao mar.
As suas gentes, mineiros e camponeses que por razões de sobrevivência, se
deslocavam sazonalmente para os concelhos limítrofes de todo o Alentejo,
foram interiorizando o cante tradicional alentejano nos trabalhos do
campo. Homens e mulheres cantavam como forma de amenizar a dureza
da vida.
Os poetas populares conferiram ao cante e aos cantadores, peculiares
formas de cantar quer ao despique, quer na “moda” coletiva, tais como:
Fui colher uma romã…lá vai o comboio lá vai…manjerico da
janela… mondadeira e ceifeira, alentejana….´Baleizão, Baleizão…
Lá vai Serpa, lá vai Moura… etc.
Da sua localização privilegiada, Nossa Senhora do Livramento, Senhora
da Esperança e São Bartolomeu do Outeiro, perfazem um triângulo
sagrado, tendo no seu centro Nossa Senhora de Aires, onde se realiza uma
das maiores romarias do Alentejo e por consequência, motiva o expressar
do cante religioso em terras alentejanas.
Expressão nobre, os grupos corais têm desenvolvido um meritório trabalho
em toda a sua plenitude nos últimos anos, contribuindo para o seu
reconhecimento internacional.
Neste contexto, surge a vontade dos grupos corais, em consonância com
algumas entidades de renome, nomeadamente a Confraria do Cante,
sediada em Serpa que lançou o repto a Juntas de Freguesia, aos
Municípios Alentejanos e à diáspora, uma Candidatura a Património
Imaterial da Humanidade da UNESCO.
Assim sendo, a vila do Escoural, através dos seus grupos corais e do seu
povo, cantadores ao despique e do cante espontâneo, desejam
profundamente pertencer de alma e coração a este património.
Escoural terra de cante e gentes de paz…….
José Simão Miranda
Joaquina Anes Miranda

MEMÓRIAS DE UM GUARDA-REDES

Episódio 17 – OS ATRASOS DO CENTRAL (A MINHA VINGANÇA); OU; ACHO

QUE É DESTA QUE ELE ME MATA.

Como já se devem ter apercebido, alguns dos “cromos” que entram nas minhas histórias, por vezes são “repetidos”, que é como quem diz, de vez em quando lá aparecem de novo, e isto porque como é natural, ao longo destes anos de convivência no Escoural, existiram sempre algumas pessoas com quem convivi mais do que outras, pelas mais diversas razões. É o caso do “cromo” desta memória que me tem perseguido até aos dias de hoje.

Sendo assim, como alguém diria (não te rias Daurindo Santos), hoje “eu vou fazer a vingança”

E isto porque quando há algumas memórias atrás, mais propriamente no episódio nº. 2, escrevi sobre o respeito e admiração que tenho (e sempre terei), por aquele que considero ter sido um dos melhores defesas centrais com quem tive o prazer e honra de ombrear (o Daurindo Rabino), nem calculam o “trinta e um” que arranjei. É que o visado nesse artigo, demonstrando a sua habitual modéstia, ficou todo chateado comigo por ter publicado um artigo em que a certa altura focava as virtudes que sempre nele encontrei como jogador de futebol. Mas como eu sou chato como a potassa, volto à carga, desta vez em termos de “vingança”.

Pois bem, já que ele não quer ser o meu defesa central preferido, vou aproveitar para “desancá-lo” de tudo (hi,hi,hi), e pôr a nu o seu maior defeito enquanto jogador, pode ser que assim ele faça as pazes comigo.

Para que se perceba a história de hoje, é necessário relembrar que as regras do futebol têm vindo a sofrer ligeiras alterações ao longo dos anos, e para que a história de hoje tenha sentido, teremos de nos debruçar sobre uma das regras que foi modificada.

Hoje em dia, se os jogadores quiserem atrasar a bola para o seu guarda-redes de modo a que ele a possa segurar nas mãos, terão de a passar com qualquer parte do corpo, excepto com o pé, ou com o braço, o que inclui a mão (como é óbvio).

Só que aqui há alguns anos atrás, esta regra não era exactamente assim, pois a bola para ser recebida pelo guarda-redes com as mãos, poderia ser atrasada pelos colegas de equipa com qualquer parte do corpo, excepto com os membros superiores, ou seja, com os braços e mãos.

Quer isto dizer que, naquela altura era muito normal atrasar-se a bola para o guarda-redes para ele a agarrar, e até dava jeito muitas das vezes, quando queríamos “queimar tempo”.

E é aqui que vai começar a minha vingança (eu avisei-te Daurindo), pois o nosso “pior central do mundo” (gostas assim?), como qualquer outro jogador que se prezasse, também aproveitava essa hipótese amiudadas vezes.

Mas é aqui que por vezes “a coisa entornava”, pois não sei se era do entusiasmo ou da vontade de marcar golos, de vez em quando o passe que ele me fazia mais parecia um excelente remate à sua própria baliza, ao que em diversas vezes me tive de opor com a “defesa da tarde”.

Sim, isto é verdade, e quem acompanhou a equipa naqueles tempos lembra-se dos sustos que todos nós de vez em quando apanhávamos, e eu em particular, com os passes “suaves” e “bem medidos” que o Daurindo me fazia.

Nem sei como consegui resistir a tantos “ataques de coração”. Acho até que me tornei imortal.

Ainda por cima e para ajudar à festa, quando me virava para ele, e lhe perguntava estupefacto : “- então Daurindo, passaste-te ? – “; ele geralmente respondia-me : “- era só para ver se estavas com atenção, pois eu sabia que a defendias.– “. Boa desculpa, hein?!

Uma coisa é certa, e penso que todos os Escouralenses concordam comigo, esquecendo estes “ataques cardíacos” que nos provocou a todos, ele continua a ser para muitos, o nosso defesa central preferido (lá se vai de novo zangar comigo).

A verdade é que, quando esses jogos acabavam, e depois de tudo o que acontecesse dentro do campo, saíamos geralmente abraçados e com um sorriso nos lábios, pois nada nem ninguém conseguiria manchar aquela amizade, até porque no fim de semana seguinte haveria mais futebol, para que os meus “sustos” pudessem continuar, e lá teríamos novamente de nos aturar um ao outro.

Hoje parece-me um pouco desajustado mandar um abraço para a pessoa visada na história, pois possivelmente vai ficar de novo sem vontade de me ver, nem “pintado”. Mas nada nem ninguém me pode proibir, de mais uma vez mandar um carinho muito especial para o resto da família, que não têm culpa dos meus “ataques cardíacos”, ocasionados por aquele defesa central que todos nós admiramos, e que tivemos o prazer e a honra de ver jogar.

Pronto, a vingança está consumada, sinto-me muito mais aliviado (será que é desta que ele me vai matar ???!!!).

Despeço-me até à próxima história (se sobreviver a esta) com AQUELE ABRAÇO.

VITOR RANGEL

vrangel@netcabo.pt

A ASCENSÃO E QUEDA

Ás perguntas que a vida me fez

Fui respondendo sem hesitações

O mais dramático desta vez

É que ela me impõe condições

Em criança pouco sabia

Por falta de imaginação

A seguir veio a ilusão

Foi a idade da fantasia

Pensava que tudo sabia

Por vezes com altivez

Mas com muita lucidez

Fui adquirindo conhecimento

Desta forma respondendo

Ás perguntas que a vida me fez

Quando era questionado

A coisas que não previa

Normalmente respondia

Nunca fiquei embaraçado

Sou um homem informado

Tenho as minhas convicções

Nunca impunha condições

Mesmo quando confrontado

Com um problema delicado

Fui respondendo sem hesitações

Os anos foram passando

As maleitas vão surgindo

Todos os dias vou sentindo

O que não estava esperando

Muitas vezes disfarçando

Vivendo um dia de cada vez

Com alguma desfaçatez

Sentindo o fim a aproximar

Sem formas de o evitar

É o mais dramático desta vez

A vida que eu fui vivendo

Aproveitando as oportunidades

Fiz algumas leviandades

Que a foram comprometendo

É um sentimento horrendo

Eivado de muitas razões

Para aproveitar as ocasiões

Tenho algumas condicionantes

Não pode ser como antes

É que ela me impõe condições

O Autor: José Pinheiro Simões



INFORMAÇÃO

Informamos, os nossos estimados leitores, que a partir do corrente mês, por motivos de cortes orçamentais a nossa “FOLHA ECOS DO MONFURADO” ; passará a ter um espaço mais curto.

Agradecemos encarecidamente à Redacção do Jornal o Diário do Sul pela sua Publicação, e pela preciosa ajuda que ao longo de estes quatro anos nos tem dispensado. A Associação de Amigos Unidos pelo Escoural, agradece também a todos os colaboradores de esta Folha.Sem a vossa ajuda, ela não celebrava o seu 4º aniversário no dia 30 de Janeiro de 2012.

Mais informamos que o projecto técnico da Creche, que a Associação de Amigos do Escoural pretende construir em primeira fase, já ficou pronto e irá brevemente a definir, com a Câmara Municipal, rede Social E junta de Freguesia a aprovação do estudo prévio do mesmo para poder dar-se o encaminhamento para candidatura.

MEMÓRIAS DE UM GUARDA-REDES

Episódio 19 - MAIS UMA VIAGEM … MAIS UMA CHUVADA.

O episódio de hoje, vem complementar um pouco o narrado no episódio número 1, uma vez que se nesse eu generalizei o assunto, neste vou contar uma dessas passagens, que proporcionou mais uma das minhas “aventuras”. Aliás, esta poderia ser apenas mais uma viagem (das várias) debaixo de chuva entre Casa Branca e o Escoural, se eu não tivesse aproveitado a boleia que me foi oferecida.

Não sei exactamente quando teve este episódio lugar, se nalgum jogo em que não tive a companhia dos irmãos Rabino, ou se já na altura em que era o único “doido”, que se deslocava semanalmente da Baixa da Banheira para o Escoural para jogar futebol.

Certo domingo como habitualmente, deixei a Baixa da Banheira a caminho do Escoural para mais uma jornada futebolística. O dia raiou com um céu limpo prevendo-se um sol radioso, até porque estávamos no início da primavera, nesse dia a temperatura até estava amena, e ainda eram cerca de sete da manhã, logo, belo dia para passear até ao Alentejo.

Assim sendo, uma camisita por cima do corpo e um blusão fino, que servia apenas para proteger o “cabedal”, e lá fui eu apanhar o comboio rumo a Casa Branca.

Chegado o comboio a Vendas Novas, comecei a ver umas nuvens um pouco esquisitas para o meu gosto, mas pensei que seriam apenas ameaços, pois seria impossível chover num dia tão bonito como aquele.

Pois pensei, mas pensei mal, porque quando cheguei a Casa Branca chovia que “Deus a dava”, e eu armado em “corpinho bem feito”.

Saí do comboio, e aí a coisa piorou uma vez que não era só a chuva, pois o vento também soprava forte, e calor não estava nenhum, muito pelo contrário.

Pior ainda, é que mais uma vez (mas que grande novidade !!!) alguém se tinha esquecido de mim, ou seja, mais uma vez vou a pé ou … vou a pé?

Entretanto, enquanto aguardava que a chuva me deixasse seguir o meu caminho, apareceu um senhor já de alguma idade equipado a rigor para a chuva, que tinha ido à estação de Casa Branca tratar de um assunto qualquer, que ao ver-me, sabendo a razão pela qual eu ali estava, dirigiu-se-me e disse: - Vítor, eu até te dava boleia na minha mota, mas ias lá chegar feito um pinto - . E penso que me disse isto por uma questão de educação e simpatia, nunca pensando que eu aceitasse.

Eu ouvi aquela oferta de boleia, e pensei que se a aceitasse chegaria ao Escoural irreconhecível, ou seja, esta boleia era muito pouco apetecível. Mas logo de seguida também pensei, que se não aproveitasse esta boleia teria de ir a pé, e possivelmente ainda seria pior, ou seja, seria escolher entre uma tortura de dez minutos e uma outra de cinquenta minutos. Bem, pelo menos a tortura de dez minutos passa bem mais depressa. Entretanto e como a chuva parecia querer acalmar, poderia acontecer que até ao Escoural a chuva parasse e o sol descobrisse. Sabem como é, a esperança é a última coisa a morrer, e desesperado já eu estava. Assim sendo, pensei: - Ora, que se dane, vamos lá aproveitar a boleia, que já estou por tudo - .

Quando eu disse que ia aproveitar a boleia, a pessoa que ma ofereceu e os funcionários da estação, pela cara de surpresa que fizeram, devem de ter pensado que eu estava totalmente “apanhado do clima”. Possivelmente até pensaram que o frio me tivesse afectado a massa cinzenta, pois só isso justificaria a minha decisão.

Entretanto um dos funcionários da estação de Casa Branca deu-me um plástico para eu tapar a cabeça, na esperança que me molhasse o menos possível, e lá fomos.

Mas é aqui que começa a minha epopeia, pois ao fim de cinquenta metros já não tinha o plástico na cabeça, o blusão estava todo encharcado e já tinha trespassado para a camisa, e as calças estavam tão molhadas e frias, que era como se elas não existissem, e ainda estávamos no início da viagem. Mas ainda piorou, pois quando tínhamos andado cerca de duzentos metros, o São Pedro deve-se ter zangado comigo, pois já nem parecia chuva, mais pareciam baldes de água atirados para cima de nós, e o vento a ajudar, claro.

Quanto ao meu companheiro de viagem, “ia na boa”, pois com aquele fato de oleado podia chover a cântaros que nada o importunava, cá para o rapaz é que a coisa estava um pouco mais molhada que o normal. Penso que nesse dia o caminho de Casa Branca para o Escoural cresceu, pois nunca meia dúzia de quilómetros me pareceram tão compridos.

Finalmente chegámos ao Escoural e lá fui deixado em frente ao Tónica como era hábito. Pensei logo que me ia chegar à braseira da Ti Albertina, e quem sabe talvez ela lá tivesse um copo de leite quentinho para aquecer as entranhas (onde é que eu já li isto?).

Assim que entrei deparei-me com a Ti Albertina a olhar para mim embasbacada, não me tendo reconhecido à primeira. Mas quem poderia ser o doido com um metro e noventa, que ali poderia estar aquela hora naquela triste figura?!

Quando ela se apercebeu que de facto aquela figura era eu, a alma penada, desta vez mais encharcada do que penada, a primeira coisa que me disse foi: - devias era de levar um sova - . Depois, mandou-me despir o blusão e a camisa e colocou-os numa cadeira junto à braseira para secar, tendo-me emprestado uma camisola que penso que pertencia ao Tónica, que me ficava tão grande, que nunca percebi se sobrava camisola, ou faltava Vítor. Entretanto tirei as calças também para secar, e vesti uns calções do equipamento que trazia de casa. Por fim, como não podia faltar, a Ti Albertina trouxe-me o reconfortante copo de leite quentinho. E como me soube tão bem aquele copo de leite.

Verdade se diga que nesse dia não saí mais do Tónica até à hora do jogo, à espera que a roupa secasse minimamente, e até porque nesse dia o almoço foi preparado pela Ti Albertina. E verdade também se diga, que a Ti Albertina me chateou toda a manhã, a chamar-me todos os nomes maus que há, por aquela minha maluqueira.

Uma coisa é certa, no fim-de-semana seguinte com ou sem chuva, eu lá estava outra vez, e isto repetiu-se por alguns anitos, pois outras chuvadas eu apanhei, outras caminhadas eu fiz entre Casa Branca e Escoural, outras vezes me aqueci à braseira da Ti Albertina, outros copitos de leite quente eu bebi, e muitas outras vezes a Ti Albertina me chamou de doido, e me disse que eu merecia era levar porrada por ser tão maluco.

Esta foi mais uma história que espero seja do vosso agrado. Permitam-me homenagear a memória do Ti Tónica, e agradecer com um ENORME obrigado à Ti Albertina por tudo o que me aturou.

Despeço-me até à próxima história com AQUELE ABRAÇO.

VITOR RANGEL

vrangel@netcabo.pt


HOMENAGEM A UMA GRANDE MULHER

Querida amiga, partiste e deixaste um imenso vazio entre nós………………………………………….

Viveste sempre em função dos outros, no teu caminho encontras-te espinhos, vences-te –os com força e determinação .Tu viveste, deste amor, carinho e amizade ao próximo sem nada pedires para ti.

Muito mais poderias fazer, mas Deus decidiu colocar fim à tua missão junto de nós.

Com muita saudade e dor aceitaremos a sua decisão; mas tu, Maria Joaquina ficarás sempre presente na nossa memória.

logo dos amigos 1.png

JANTAR COMEMORATIVO AO DIA DA MULHER NO ANO 2012


Mais um ano se passou e vamos realizar mais uma comemoração do dia da mulher.

Dia 16 de Março no Pavilhão da Associação de Amigos pelas 20h



EMENTA: CANJA

ARROZ DE PATO

SALADA DE FRUTA

CHÁ OU CAFÉ

VINHO, SUMO, OU AGUA


PARA ANGARIARMOS FUNDOS MONETÁRIOS CONTINUAMOS COM OS NOSSOS EVENTOS

Dia 16 de Abril a Associação de Amigos vai Realizar uma excursão a Fátima.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

MEMÓRIAS DE UM GUARDA-REDES

Episódio 18 – AS MATINÉS DANÇANTES

Com que então achavam que me ia esquecer disto, hein ?! Claro que esta é uma memória um pouco mais pequena que o habitual, mas acreditem que não me perdoaria a mim mesmo, se não a passasse para o papel.

Quantos namoros fortalecidos nessas matinés, quantos namoros começados ou até terminados, quantas desilusões de amor e cenas de ciúmes, quantos risos de felicidade por se ter finalmente conquistado o namorado ou namorada desejados !? E pois claro (no bar não havia copos de leite), quantas “bejecas” bebidas !?

É verdade, quando cheguei ao Escoural, já lá vai o longínquo ano de 1974, jogo em casa era sinónimo de matiné dançante, geralmente na Sociedade, com um gira-discos e respectivos discos de vinil. Na impossibilidade de ser na Sociedade, havia sempre a casa de um dos intervenientes, que de imediato ficava disponível para o evento.

Assim que o jogo acabava, depois do banho tomado, lá ia o pessoal a caminho da Sociedade, e alguns até parece que corriam, se calhar com medo que as namoradas se gastassem ou esgotassem.

Sim, que isto de jogo no Escoural sem bailação e namorico a seguir, não tinha graça nenhuma.

Não … não olhem para mim, eu apenas servia de disco-jockey, é que, além de na altura ser solteiro, desimpedido e bom rapazinho, sempre fui um grande pé de chumbo, e pobre da rapariga que caísse nos meus braços, aliás, que caísse debaixo dos meus pés (número 43, biqueira larga).

Não dançava, mas por vezes dava-lhes cabo da cabeça, quando esperavam música romântica para agarrarem e espremerem as namoradas, eu dava-lhes com um dos meus discos de rock, que até se passavam do miolo.

Curiosamente, muitos desses casais acabaram por formar família, portanto, quer isto dizer que os bailaricos até deram o seu fruto, cumpriram com a sua função social, e influenciaram de sobremaneira o abono de família, daí a justificação para “os sucessivos, justificados e preocupantes aumentos do deficit no orçamento do estado”. E estarão alguns a pensar:”- Eh porra, então não é que o gaiatão está falando que nem um Ministro???!!! É que eles falarem bem, até falam … nós é que não os percebemos –“.

E lá passávamos um bom bocado até à hora de jantar para uns, e da hora do lanche da despedida para os “estrangeiros” que tinham de rumar à Baixa da Banheira.

O que é curioso, é que este hábito parecia não existir apenas no Escoural, pois em diversas deslocações da equipa a outras localidades, verificámos também lá existir esse costume, tendo nós por vezes irrompido por esses bailes dentro, tendo alguns dos meus colegas de equipa participado activamente nos mesmos.

Lembro-me de uma vez termos ido jogar a Bencatel onde, como no Escoural, era costume fazerem o baile a seguir ao jogo. Só que as raparigas estavam todas sentadas na expectativa que alguém as convidasse, e ninguém se decidia, nem mesmo os Bencatelenses. Foi preciso o Rui Rabino, que sempre foi muito descarado, ir convidar uma gaiata para dançar para então haver baile de facto, pois aquilo mais parecia um velório.

Se foi difícil começar o baile, o mais difícil depois foi arrancá-los de lá. Não era por nada, é que o último comboio para a Baixa da Banheira era às dez da noite, como tal não podíamos passar ali o resto do serão.

A verdade é que com o tempo este hábito da matiné dançante foi acabando, pelo menos no Escoural, até que acabou definitivamente. São os sinais do tempo, pois os jovens de hoje têm outros interesses e passatempos, que na altura nem nos passava pela cabeça que poderiam vir a existir.

Desta vez, foi mais uma lembrança do que uma história, e tenho a certeza que alguns que a estão a ler, estarão a pensar: “- É verdade, já nem nos lembrávamos disto, este magano mesmo depois de velho continua a chocalhar-nos a caixa dos pirolitos -“.

Para todos esses companheiros (e respectivas companheiras) de matinés, mando aquele carinho muito especial, com os desejos das maiores felicidades.

Despeço-me até à próxima história, com AQUELE ABRAÇO.

VITOR RANGEL

vrangel@netcabo.pt