segunda-feira, 5 de setembro de 2011

PEDAÇOS DE VIDA NO ALENTEJO

Recordo com muita saudade

Os meus tempos de menino

Quando brincava em liberdade

Naqueles campos ao desatino

Quando armava as ratoeiras

Para os pássaros apanhar

Para os ninhos ir tirar

Eu subia as azinheiras

Era destas brincadeiras

Que fazia naquela idade

Próprias da ingenuidade

Mas repletas de aventura

Por isso com muita ternura

Recordo com muita saudade

Apanhar grilos era uma festa

No campo bem florido

Com um junco comprido

Retirá-los da sua fresta

Para esta brincadeira modesta

Era necessário muito tino

Escolher o toque mais fino

E ter apurado o ouvido

Por isso não terei esquecido

Os meus tempos de menino

Desta forma fui crescendo

Até começar a trabalhar

E as terras a charruar

Entretanto fui aprendendo

De tudo não me arrependo

Mesmo na tenra idade

Era muita a necessidade

Não se trata de fantasias

Mas, recordo todos os dias

Quando brincava em liberdade

Eu comecei a trabalhar

Ainda era uma criança

Foi uma terrível mudança

A que me tive que sujeitar

Porcos tive que guardar

Foi este o meu destino

Nunca fui menino fino

Mas, não me canso de afirmar

Gostava muito de brincar

Naqueles campos ao desatino O Autor: José Pinheiro Simões

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